segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Luneta nas Armas de Fogo

Miras telescópicas, popularmente chamadas de lunetas, são dispositivos óticos destinados a facilitar e melhorar a precisão dos impactos de projéteis disparados por armas de fogo, ou até mesmo de armas de ar comprimido, principalmente em tiros de longa distância. Elas são muito similares a telescópios refrativos comuns, porém equipados com alguns dispositivos destinados especificamente ao uso como aparelho de pontaria.

O emprego das lunetas, principalmente em armas longas, existe de longa data, pois se tem conhecimento da existência delas desde o século 17, instrumentos rústicos, a bem da verdade. Mas só a partir de 1835 a 1840 é que se tem notícia de que os inventores norte-americanos Morgan James e William Malcolm haviam desenvolvido suas lunetas com relativo sucesso e com bom desempenho. Aliás, atribui-se a Malcolm, por volta de 1855, a criação da primeira mira telescópica com retículo regulável internamente. As miras desenvolvidas por Malcolm tornaram-se padrão em uso militar nos USA por volta da Guerra Civil (1860-1865), onde eram utilizadas pelos “snipers” (atiradores de elite) da época. 

Afirma-se que o Major General John F. Reynolds, do Exército da União, foi morto por um atirador de tocaia do Exército Confederado, posicionado sobre uma árvore e armado com um fuzil equipado com uma dessas lunetas. Foi um tiro certeiro na nuca, quando o General se encontrava montado em seu cavalo, durante a batalha de Gettysburg, em julho de 1863. 

Miras telescópicas são normalmente classificadas e designadas baseadas no índice de aumento e no diâmetro de sua objetiva. Por exemplo, uma luneta designada como 10X50 significa uma lente com 10X de aumento (magnitude) e objetiva de 50mm de diâmetro. Neste caso trata-se de uma luneta de magnitude fixa. Nos modelos de magnitude variável, as chamadas lentes “zoom”, a nomenclatura é expressa assim: 6-24X40 (magnitude de 6 a 24X, com objetiva de 40mm de diâmetro). 
A magnitude é o índice de aumento que uma lente proporciona. Se uma determinada lente é de magnitude 6, significa que um objeto observado através dela se apresentará ao olho humano como se estivesse 6 vezes mais perto, ou tendo seu tamanho aumentado em 6X. Imagine-se um alvo circular, posicionado a 50 metros de distância do atirador, com 20cm de diâmetro. Observado a olho nu, será um objeto muito difícil de ser visualizado. Utilizando-se uma mira telescópica de 10X de magnitude, o mesmo alvo observado através dela se apresentará ao atirador como se ele estivesse posicionado a cerca de 5 metros de distância, onde esse mesmo alvo de 20 cm de diâmetro seria facilmente observado a olho nu. 

Construção:
No desenho acima podemos ver como é a construção de uma mira telescópica atual, de magnitude fixa. A objetiva é o lado que fica voltado ao alvo e a ocular, voltado ao olho do atirador. Um retículo é montado na extremidade de um segundo tubo (interno) existente no interior do tubo externo. Falaremos de retículos mais adiante, mas eles são basicamente compostos de dois fios posicionados em formato de uma cruz, para servirem de referência à pontaria. Dentro do tubo interno também estão as lentes destinadas a inverter a imagem e as lentes oculares, por onde sai a luz que entrou pela objetiva.

Retículo:
Os retículos são dispositivos internos das lunetas destinados a fornecer ao atirador todos os recursos para a precisão do tiro. Os mais comuns são os do tipo “cross-hair“, duas finas linhas cruzadas feitas em aço. Há retículos para várias atividades tais como para uso militar, para cálculo de distância, para a caça esportiva, para o tiro esportivo, com correções de queda do projétil, etc. 

O retículo tipo “mil-dot“, por exemplo, muito em moda hoje em dia, ajuda no cálculo da distância atirador-alvo, de forma muito rápida e simples.



O modelo SVD é de uso militar, onde uma escala é exibida baseada em um alvo de uma pessoa de 1,70m de altura; com a ajuda das escalas ali fornecidas, o atirador com o alvo humano em mira saberá determinar a distância que o alvo se encontra.

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